Isso doía-lhe muito, como um parto. Se tivesse útero sentiria a mesma dor. Talvez mais.
Aquele pedaço de carne estava dando-lhe nos nervos. Arrancar com os dentes já não lhe parecia a melhor opção. O sangue claro escorria-lhe por dentre os dedos. Tudo por um pedaço de carne morta.
Ele estava vivo, e sentia cada pedacinho da carne incômoda puxar-lhe o dedo indicador. Não havia mais caminhos. Aquilo era simplesmente perturbador. Resolveu ler um livro e ver se sentia dores maiores.
Esqueceu-se do dedo já podre. Esquecera da alma envelhecida pelo tempo.
Ele era só. Tão sozinho como sua biblioteca pessoal.
Carolina Morais
6 comentários:
E pensar que eu poderia ter evitado tanta dor se tivesse atendido ao apelo desta escritora no momento em que solicitava, educadamente, um alicate de cutículas. Demorei tanto, que a inspiração tomou conta mesma. Menos mal. Bj
Verdade tia Drica, TUDO é motivo para escrever,né?!
Um beijoo
T-u-d-o. Mt clariciano esse texto. *-*
A maior capacidade dessa maravilhosa escritora é transformar as situações mais adversas do cotidiano nessa magia que é escrever.
Te amo, sua linda.
♫♫♫ Feliz Natal!!!
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Bj♥s
Incrível!
Me vi neste texto, arranco cutículas, deixo sangrar e finjo que a dorzinha aguda me liberta.
Beijo, querida.
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