Postarei aqui, uma crítica desta pseudo-escritora que vos fala, sobre uma das maiores obras de nossa literatura.Espero que gostem!
O projeto modernista brasileiro do primeiro momento encontrava-se imerso em uma sociedade, mais especificamente de uma São Paulo muito movimentada, de grandes prédios, de muita agitação. O escritor Oswald de Andrade, ao escrever Memórias Sentimentais de João Miramar inova a literatura, pois, através de uma nova linguagem, desautomatiza o leitor, faz com que sua literatura cause o estranhamento e leve o leitor a pensar mais do que somente receber informações que se encontram escritas no texto. O autor leva o leitor a pensar mais, pois este agora deve "decifrar" a linguagem do livro que é quase telegráfica, enigmática. Oswald de Andrade utiliza-se de termos principais, sem ter a preocupação em descrevê-los. Deixa, então, essa tarefa para o leitor. Cabe ao leitor a criação de imagens sobre os acontecimentos com a personagem principal.
Os capítulos são curtos, mas todos apresentam uma "ação pincipal", sendo esta um acontecimento da vida da personagem que não deixa margens à ambiguidades quanto sua interpretação. O leque de possibilidades interpretativas ocorre, porém, quanto à descrição do momento, ou melhor, dos pormenores que constituem as memórias da personagem. Esses pormenores são colocados na obra de maneira enigmática, daí a possibilidade de várias interpretações, de, dependenderão da visão e da experiência de mundo do leitor.
Obra inovadora em muitos aspectos, Memórias Sentimentais de João Miramar se destaca também por apresentar uma nova linguagem e uma nova língua. A mistura de idiomas, os neologismos, todos são elementos de vanguarda que caracterizam a obra como Moderna. Oswald de Andrade utiliza-se de diversos recursos literários como sinestesias, aliterações, hipérbatos etc.
Constrói toda uma estrutura de linguagem totalmente aversa à norma culta padrão da Língua portuguesa. Seja talvez por isso que se encontre tanta dificuldade na leitura e entendimento da obra, que, em si mesma, não passa de ordinárias memórias fragmentárias de uma personagem, que conta sobre sua vida fútil, burguesa, sobre suas viagens, casamento etc. Observamos também que a obra é uma crítica à burguesia e, sobretudo, à literatura burguesa, sempre provida de linguagem erudita e estilo impecável dentro do cânone literário.
A obra revolucionou o cenário literário brasileiro, onde, pela primeira vez, o Brasil passa a ser descrito pela figura do brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário