sexta-feira, 29 de maio de 2009

Herói dos Helenos

Carolina Morais

Estrelas de vento
Eis-me aqui
Herói do Helenos
Peito aberto
à espera da espada
de prata de outrem

Trago comigo o orgulho
o sentido sublime
A vida que se vai
esvai-se com o tempo

Finco pé na beira do abismo
E sinto o vento na pele descoberta
o que sobra da armadura de ferrugem
é o vento que dá vida à minha estrela
solitária no céu açucarado

Lembro-me do que não vivi
A saudade carcome os últimos momentos comigo mesmo
A lágrima de sal
desce e arde e escorre
levemente
pelas rugas das maçãs
do rosto meu
que aos poucos formam atrito
com meu passado
Eu?
-Já não mais sou completo!

Estrelas de vento
Eis-me aqui
Heróis dos Helenos
Fecho-me sozinho, dentro de quartos-de-pedra

Sufocado sinto-me hoje
Combustão de sentimentos
Guardados por recursos finitos
engavetados no sol de meio-dia

Sou eterno
Ontem
Estou guardado no vão de estrelas
de brisa
de mar
de maresia nebulosa
de ar impuro

Traga-me à cena da vida
Mostre-me o eterno
o vão deste abismo que hoje abriga
o ser selvagem
A saudade denuncia o pesar de minha fraqueza

Ponto fraco é coração
bate sem forças, sem esperanças
Não vê futuro no breu do meu abismo colorido
coloridinho
pelo poeta de armadura

Vejo hoje apenas o brilho discreto
que emana de minhas estrelas de vento
Estive aqui
Esqueça
Devaneios de um herói
Herói dos Helenos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

domingo, 17 de maio de 2009

...



Carolina Morais

Apalpar o que se t(r)oca

Com a alma de menino

Doce, perdido

No vão de idéias tolas

Infinito de luz

Memória machucada pelo tempo

Há de vir perfumar

O ambiente carente de pensamentos

Felizes...

Canções de amores perdidos

Loucura andarilha em plasma-cor

Ventos gélidos percorrem

A novíssima derme

De poros dilatados

Pêlos em riste

Eriçados

Choram pelo bafo escuro

Não há a falta

Comedida

Não há o excesso

Profundo

Não há proteção

Que não seja

Desigual

Da fogueira

Tem-se o pouco de claro

Um pouco de tudo

Que não é vivo

Perde-se agora (ou depois)

A esperança profunda

Em desconforto

E o menino anda

E o menino vive

E o menino se esconde

Só.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Passadismos

 

Carolina Morais

 

Fecho de luz

Inebria sóbrio pensamento nulo

Invasão do cárcere teu

Ligação eterna do passado

 

Tosse de pedras soltas

Ventos turvos no tempo

Gotas transparentes murmuram

O desgosto atrevido da vida

 

Homem de dedos cortados

Punhos rasgados da labuta recente

Opressão da miséria que funda

Devaneio perdido na memória

 

Uma canção distante

Chora o menino já moço

Relembra a infância inexistente

Passadismos...Passadismos

 

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Entendendo a Física Quântica....


Achei muito interessante postar aqui algo sobre essa ciência que me fascina...Com ela, finalmente podemos entender a polêmica acerca das dimensões de tempo e espaço,pois ela trabalha com as menore das partículas já descobertas.

Sabe aquele sonho de teletransporte?A idéia surge daí; desagrupar os menores constituintes da matéria, desalojando-os no tempo/espaço, deslocando-os para outro lugar, reconstituindo as moléculas, causando o teletransporte!

Espero que leiam com carinho, vale a pena!


A Física Quântica surgiu como a tentativa de explicar a natureza naquilo que ela tem de menor: os constituintes básicos da matéria e tudo que possa ter um tamanho igual ou menor. Neste colóquio serão apresentados alguns princípios e leis fundamentais encontrados através da Física Quântica, tais como a dualidade onda-partícula e o Princípio da Incerteza. Será; então, discutido o modo como essas leis que governam o universo subatômico podem se refletir no dia-a-dia das pessoas.

É uma parte da física que se diz ser não intuitiva. Isso significa que muitas partes dela parecem não ser verdade. Por exemplo, a dualidade onda-partícula diz que partículas se comportam ora como partículas ora como ondas. É uma afirmação no mínimo estranha, bizarra. Mas é o que acontece no mundo real. No nosso dia-a-dia achamos que vivemos num planeta plano, mas não é verdade, nosso mundo é arredondado, num formato chamado esferóide.

Por ser não intuitiva, ela foi considerada uma falsa teoria. O próprio Einstein (que foi um dos fundadores da física quântica) acreditava que a física quântica estava errada. Mas com o passar do tempo percebeu-se que ela explicava tão bem o resultado das experiências, que tinha de ser verdade.

Nosso dia ocorre numa escala dita macroscópica. São os objetos que podemos enxergar sem a ajuda de lentes ou microscópios atômicos. A física quântica lida com coisas muito, tremendamente pequenas. Muitíssimo menores que um milímetro.

O mundo em que vivemos é feito de átomos. Os átomos são feitos de coisas ainda menores chamadas quarks e elétrons. Ainda não sabemos se os quarks são feitos de coisas ainda menores. Os átomos, elétrons , quarks e outra coisa tão pequena que ainda não sabemos muitas coisas, chamado fóton, tem comportamentos bizarros de vez em quando: nunca podemos saber exatamente onde estão. Não é por falta de instrumentos potentes, é uma lei da física, chamado princípio da incerteza de Heinsenberg, que diz que nunca saberemos a exata posição das coisas. Nunca saberemos onde os elétrons de um átomo estão exatamente. Nunca. É algo estranhíssimo, mas é a verdade. Há elétrons que inclusive somem de um lugar e reaparecem em outro, algo como um teletransporte. Não dá para ver que caminho seguiram para ir de um lugar a outro, só sabemos que eles fazem isso.

Já citei a dualidade onda-partícula. No mundo que vivemos, ondas são muito diferentes de objetos. Porém se tivéssemos o tamanho de átomos, tudo se comportaria como uma onda de vez em quando e como partícula outras vezes. Essa foi uma das consequências mais bizarras da física quântica.

Há átomos, como o de Urânio, que do nada explodem. Nunca sabemos que átomos vão explodir, ou quando, só sabemos que alguns vão e outros não. Aparentemente, nada faz eles explodirem, mas eles explodem. Irritou tanto a Einstein que ele disse sua famosa frase "Deus não joga dados".

sábado, 9 de maio de 2009


Amor Clichê

Carolina Morais

 

 

Marca-se aqui sintoma ébrio de felicidade por, finalmente, sentir o amor.

Um amor de aparência dos amores incomuns, recobertos por doses infundadas de paixão avassaladora, desses das cartas, dos perfumes, das lembranças, das memórias eternas.

Clichê.

Presa nas mais puras garras daquilo que chamamos de Amor. Uma saudade eterna, que nasce pertinho do coração da gente. Um amor que, por ser amor, invade os pensamentos e transforma tudo em um sentimento de entrega.

Presa fácil para um outro alguém, que não mais sendo o outro, é parte do que chamava EU.

Furacão brando que varre as entranhas do ser dos que amam. Liquida a razão do amado.

Consciência de amizade. Cúmplices secretos. União que ultrapassa os limites do ser. Ligação eterna enquanto existente. Latência de sentimentos incompreendidos.

A busca incessante pela compreensão de tudo que acontece dentro da gente.

Inútil.

O Medo, o frio, o calor. Borboletas? -Não! Digo-vos que hão de haver milhares de verdes libélulas nos estômagos dos amantes que, sem recusa imediata, amam.

Ouvem-se sinos? –Não! Defino o som de batidas loucas que vibram na acústica da alma, entre os corpos quentes, sinfonia angustiada que se dá com todos os nervos unidos, dentro de um organismo imerso em Vida.

Futilidades.

Bobagens essenciais que necessitam prolação. Ato de escuta rebatido por falas, promessas e sentimentos acordados dentro do peito aberto.

Palavras fáceis, canções de vermelho-sangue-de-quem-ama.

Doces açucarados, sede de querer água de boca-paixão. Quimera inalcançável.

Confusão.

Sim, ao clichê que se diz, refaço palavras não feitas (ainda) construindo novo sentido plural...

Estou amando.

domingo, 3 de maio de 2009

Felicidade: sentimento coletivo

Amadurecer parece difícil quando se torna um objetivo. Fato. Amadurecimento é mais do que crescer, ou mais do que ver que há um crescimento. É difícil dizer se crescemos, se ainda somos crianças. É difícil.Tudo é difícil, por que, simplesmente, nós tentamos definir tudo o que fazemos, sentimos e vivemos. Sim, é preciso ter provas: provas de conhecimento, sabedoria, experiência, amor. Assim funciona o ser humano.

Do todo, utilizamos apenas 7% do nosso cérebro(e, sinceramente, hoje não vejo mais a necessidade de querer utilizar mais). Dos 7%, preocupamo-nos em descrever. Descrever, descrever, descrever.
Descrever o funcionamento das coisas, das pessoas...

Um dia eu li, não sei onde, que " os seres humanos são tão criativos que, quando não têm problemas, eles os inventam". E é verdade, estamos sempre procurando obstáculos para superá-los. Virou ato de covardia fugir de obstáculos. Diante disso tudo, eu vos digo: eu quero mais é viver e ser feliz! Eu sou responsável por muitas coisas, principalmente pela vida que eu vivo. Eu escolho o que me faz feliz, e muitas vezes sou escolhida também.



Ser feliz na medida certa, construindo um futuro, mas não esquecendo do meu presente. Viver cada dia, cada hora e cada minuto da minha vida como se fossem os últimos, virou uma filosofia para mim. Não que eu saia por aí fazendo tudo que eu nunca tenha feito, com medo de nunca fazer, mas sim de montar filmes da minha vida, da minha história, que ficarão armazenados nos meus 7% de uso do cérebro.

Então...agora eu só quero ser feliz! =) Eu tenho tudo o que eu preciso, conquistei tudo o que quis conquistar.

1 de Maio, definitivamente, fez-me mais feliz.

:)

ps: A partir do próximo post, literatura clássica, yeees! ;) É que achei que seria covardia não compartilhar tamanha felicidade, afinal, para mim, felicidade é sentimento coletivo!

Vamoo que vamooo mengooooo! ;**

Beijo pro meu botafoguense ;@