segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Volto Já!!

Querid@s,
Greenery in Decay, The Beauty of Urban Decay - Wallcoo
Fica aqui um pequeno e sincero pedido de desculpas! Estou tão sem tempo para atualizar o blog! Ultimamente tenho vivido um período de felicidade quase plena! Estou super bem no trabalho, fazendo tudo o que mais amo; estou em um momento decisivo na faculdade e nas pesquisas acadêmicas, além de crescer cada vez mais em vários outros campos. Estou em um momento de paz familiar sem igual, além de estar muito bem, cercada de amor dos amigos e do namorado. Por isso, a vida real acaba tomando muito tempo, e a felicidade também! Para muitos dos blogueiros que curto, estou sempre lendo vocês, apesar de não comentar em suas postagens. Nós do blogger devemos adimitir que a blogspot passou por um período meio maluco e apenas os seguidores estão postando (e o problema é que às vezes a gente não consegue seguir alguns blogs).

Enfim, quando retornar aviso aqui! No momento estou um pouco fora, mas sabem onde (e como) me encontrar!

Um forte abraço! =)

Carolina Desmondier

terça-feira, 26 de julho de 2011

O "ser" professor

Hoje recebi uma surpresa tão recheada de candura que fiquei emocionada! Minha querida amiga Ana Valeska Maia (autora do livro Tessituras- livro lido pela Mia!) presenteou-me com um texto verdadeiro sobre o professor. Como professores, muitos de nós sabemos como essa profissão, além de desafiadora e imersa em responsabilidades, é também divertida e prazerosa. Vale a pena a reflexão feita por Ana em seu blog O ser em Movimento, o qual também recomendo!
Jean-  Baptiste Simeon, The Teacher 1699- 1779 France, Rococo.
        Sempre vale a pena citar Carlos Drummond de Andrade:


O professor disserta sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme, Cansado das canseiras desta vida.
O professor vai sacudi-lo?Vai repreendê-lo?
Não.O professor baixa a voz,
Com medo de acordá-lo.

domingo, 3 de julho de 2011

Fim de Tarde

     Inúmeras faces perdidas na pequena imensidão de terra veneziana. Vestidos, luvas e bengalas disfarçadas de mastros-de-auxílio nas mãos calejadas de senhores altos e ossudos. Cenhos franzidos e bocas abertas consoantes a olhos semicerrados de enrugadas pálpebras cansadas. O sol pulsava fraco, e pulsava ritmado a baladas de fim-de-tarde. Tudo é porto em Veneza!
     Gôndolas sobrecarregadas de tecidos a se queixarem do calor, navegam dançantes pelos canais estreitos da lagoa. Gondoleiros entoam canções desconhecidas e tristes (por serem desconhecidas).    
     Há um pequeno caos em cada canto de gota salgada. Crianças gritam e choram, e choram e pedem doces. Máscaras penduradas em barraquinhas ao longo da solitária Piazza San Marco, dominada por pombos de todas as cores em tons pasteis.
Canaletto (Giovanni Antonio Canal):
"The Regatta seen from Ca Foscari", 1727 , London, National Gallery
 
     Uma moça de chapéu, atraída pelo aroma doce do café amargo italiano decide entrar no Gran Caffé Quadri. Senta-se e pede um cappuccino. Um belo moço de nariz afilado, ao ver a moça sozinha pensa o que seria de seu dia após um beijo ou dois. Fecha os olhos e toma um gole de sua água com gás, desfazendo-se de pensamentos tolos à luz do dia. Uma chuva fina banha Burano e molha as finas rendas locais. As gôndolas retornam e as pessoas embarcam em trens confusos. A praça ganha espaço e os pombos retornam aos seus ninhos em ilhas vizinhas.
     À sombra da lua há calma, paz e um centímetro a mais de água na lagoa veneziana. A cidade dorme para acordar no dia seguinte.


Carolina Morais

sábado, 25 de junho de 2011

A lágrima

Cada um com seu pranto e em cada canto uma canção qualquer.
Os dedos trêmulos trovejaram de desejo e de dor
...e o que foi um dia  de sol gelou o vento manso vindo do nordeste... 
e borbulhou de contentamento...
...e virou saudade...
depois de tudo respirei, fechei os olhos
e
.chorei.
.         .


Girl and Tear - GUAYASAMIN Ecuador abstract Painting


Carolina Morais

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Assassinos de Momentos

Miró, Joan. Milano

As coisas só morrem para nós quando nós as matamos de fato. Caso contrário, continuam lá e cá. Dentro e fora de nós mesmos. Somos todos, no fundo, assassinos de lembranças e sentimentos. Se não as matamos, vivemos carregando sacolas repletas de arrependimentos e lágrimas de tristeza nas costas. Somos todos, então, assassinos de lembranças e momentos.

Carolina Morais

O livro de Mia

Mia acordou cedo, fez café forte e esquentou o pão no forninho elétrico. Cortou pedaços de maçã como quem corta tomate; com calma e destreza. Misturou banana amassada e uns poucos pedaços de melão com suco de laraja e mel em uma taça de vinho grande e comeu com a graciosidade de uma garota propaganda de condicionador ao sorrir contra o vento.
Capa do livro Tessituras em contos, crônicas, poesias e imagens.  
Ana Valeska Maia, Marcia Sucupira e Maíra Ortins. 
Expressão gráfica editora, 2010.
O pão estava no ponto. A faca deslizava no pote de requeijão light e corria sobre o carioquinha disforme. O cheiro era arrebatador, assim como o cheirinho do café vindo do móvel que ficava ao lado da geladeira; a cafeiteira anunciava as últimas gotas a cair no copo acrílico transparente. Pacientemente, Mia olhava cada gotinha que se despedia do copo superior da maquininha de fazer café. A mocinha então,esperou que todas elas se transferissem para o copo inferior, que já colecionava gotinhas por 5 minutos. Colocou o café em uma xícara azul-bebê, estampada com rosinhas amarelas. O pires, verde-limão, dava um ar descontraído ao café de todos os dias na casa de bonecas de Mia. Ela pegou o pão e o café e foi para a varanda. Buscou o livro e se sentou na cadeira de palha cor-de-rosa.Colocou o café na mesinha ao lado da cadeira e o pão ficou ali, geometricamente enquadrado em sua pequenina mão esquerda, envolto por um guardanapo lilás e branco. Mia repousou os pés no parapeito da varanda e sentiu a brisa fria das 6 da manhã percorrer seus dedos dos pés. Comeu um pedaço do pão, dois, três. O café estava quente demais e o vento gelado o esfriava sem pressa, soprando as beiradas da xícara cheia de líquido negro. Ela sentiu uma calma de parar o tempo. Pegou o livro novo com a mão direita. Olhou a imagem da capa: uma garota de sobrancelhas grossas e olhar fixo, com o corpo imerso em um mar absolutamente azul. Ficou ali a admirar a capa por minutos longos. O pão tornara-se migalhas no colo de Mia e um pássaro curioso pousou em sua coxa esquerda, comendo os restinhos do alimento da manhã. Mia achou aquilo lindo. Limpou a mão no guardanapo e tomou um gole do café; ainda quente demais para descer pela garganta seca. Abriu o livro e se deliciou com poesia pura. Quando a poesia teve fim, começaram os contos, as crônicas e as imagens. Mia adormeceu na varanda e sonhou com a certeza de que naquele momento, tinha um livro para "chamar de seu". O dia raiou enquanto o café frio refletia o sol quente e o ar úmido do dia seguinte.



Carolina Morais

domingo, 22 de maio de 2011

Bom Dia

Fecha os olhos e abra a janela
O sol vem beijar-te a boca.
O tempo escancara um sorriso e diz:
"A gente nasceu para ser feliz."

Carolina Morais

sábado, 14 de maio de 2011

Teia Viva

Edward Hopper. Compartimento C, Vagão - 1938 Óleo sobre tela
50,8 x 45,7 cm
  
Encontro-me submersa em uma teia de memórias vivas. O espaço de tempo em que minha vida afoga-se em acontecimentos inesquecíveis finda-se a cada amanhecer. Sou um baú de esperança que insiste em esquecer amarras, cadeados e chaves francesas. Sou bicho-do-mato, sou borboleta despertando para uma vida breve de um dia. Tudo isso é pensado, calculado e fracionado em apenas três segundos de uma inspiração que não irá encher de ar meus pulmões cansados.Sou uma fera bonita, cheia de ideias. Sou sino tocando antes da missa, sou culto perdido no monte Tibet. Sou fada afilhada. Sou, acima de tudo, mulher.

Carolina Morais

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Acontecer

Edgar Degas. After the Bath (woman Drying herself) 1896
Philadelphia Museum of Art

     Tirei as sandálias de borracha e calcei dois invólucros de ar nos pés cansados. Hoje eu olhei no espelho uma moça que há tempos não vira. Não reconheci as feições cansadas, não reconheci as minhas próprias feições. Não vira mais sorrisos durante o que chamo de semana.
     O trabalho e os compromissos me consomem muito. O tempo acaba por carcomer essa agremiação de pele jovem aos poucos ou rapidamente, nem sei mais. Só sei que gradativamente meu corpo se encontra diluído em uma composição química irreversível. Envelheço e busco a harmonia de palavras doidas e cansadas. Mascaro-me em fotos que fingem felicidade e uma calmaria que não é tipicamente minha. Sou cidade, não sou serra. Demorei para acontecer e, quando aconteci, perdi meus feitos nessa vida de outrem que insiste em cutucar-me com uma varinha de melado de cana.
     Quero acordar de um sono profundo que há tempos não tenho. Quero pisar no chão gelado da sala-de-estar, pegar uma caneca de leite quente e me debruçar sobre um livro para chamar de meu.
     O tempo passa e arrasta as poucas coisas que eu nunca terminei de construir. Hoje sou eu sozinha nessa imensidão de pensamentos refletidos em palavras. Sou texto completo de um capítulo inacabado, tudo dentro de um livro virgem, totalmente sem páginas.

Carolina Morais

terça-feira, 10 de maio de 2011

Medo

Mais do que ouvira falar no corredor da escola
Ensino que me direcionaria a níveis maiores que o próprio pensar
Doar o saber, sangrar lágrimas de desespero
Ostentar uma bandeira de insegurança no peito nu.

  Esqueceram que o homem é o maior dos patrimônios.

Max Beckmann's. "The Night"
Carolina Morais

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe Primavera


Salvador Dali. Meditative Rose, 1958





Minha mãe é uma rosa com seios: 
afaga dores e faz brotar amores.

Carolina Morais

terça-feira, 3 de maio de 2011

Entre a dor e a solidão

Edgar Degas, Senhora Valpiçon e Crisântemos, 1865
Prefiro a dor à solidão.
Sou imediatista e inquieta.
Sou mulher de assuntos largos 
pontuo um final em cada sentença.
Não sou muda e gesticulo.
Procuro, entre vales o perigo.

A dor dói em muitos lugares. 
Dói bastante e incomoda.
A solidão, além de incomodar, dói!
(Acolá são gritos de dor ou de solidão?) 
O solitário não grita,chora.

A dor pode doer por dentro ou por fora,
sozinha ou não.
Para a solidão já não tenho tanta escolha. 
Sinto o incômodo sem mais alguém. 
Não há testemunhas para minha dor, 
não há médicos ou enfermeiros, 
socorristas ou curandeiros.

A solidão é ruim, mas fica para sempre.
A dor, muitas vezes é insuportável, mas vai embora.
Sempre vai embora.
Sempre.

Carolina Morais

domingo, 1 de maio de 2011

2 Anos

Romero Britto. First Love,2008.

A menina aceitou o convite do rapaz que há tempos não vira.
Ele a buscou em casa, saíram para dançar. Tudo parecia igual a tudo ao que ela estava acostumada. Não se envolver parecia certo. Tomaram um chopp, dois. Ao som de rock bom eles dançaram por toda a noite. Um beijo selou um encontro sem planos. A partir daquele momento o destino parecia sorrir para eles. Era um  gostar, um precisar, um querer, um sentir e, por fim, um amar. E, durante tanto tempo um amor que se solidifica e cresce. Um amor diferente. Um amor juvenil, mas verdadeiro e experiente. Simplesmente amor que vem de dentro deles.

Carolina Morais

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Poema de Varal

Pablo Picasso. The Writer,by Zhuagyizuan' studio
Por muito tempo desejei eu
fazer um poema de corda de varal
Para estender as palavras ao vento
e para que elas secassem embaixo do sol do meu quintal.

Mas minhas palavras não podem ser lavadas
Não secam facilmente e nunca estão dependuradas.
Minhas palavras são, assim, solteiras, independentes
ganham vida por muitos outros dentes
Ganham tino cada vez que lidas pelos olhos curiosos de poetas
(contentes)

Um dia quis fazer um poema de varal
Mas eu não tinha mais corda
Eu não tinha mais rima...

Nada me amarrava
e nada segurava as palavras que fervilhavam
sozinhas  e doidas em minha vida.
Vagavam nos olhos da escritora cega.


Minhas palavras têm asas.
Minhas asas são textos complexos.
Sou poesia lavada dentro da miséria humana
Cheirando ao sal do sol
Embebida em amor e vinho.

Carolina Morais

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Momento

Romero Britto, Golden Beaches.
O ar doce que agora percorre a atmosfera ligeiro
Disputa corrida com ondas e pedrinhas brancas perdidas na praia.
Pedi ao tempo que ficasse por um momento.
Tirei as sandálias e pisei na areia fina
O ajuntamento perfeito de ondas majestosas  aos meus pés
Fez com que sentisse de perto uma fé que nunca morre.
A vida falou comigo e eu não respondi.
Fiquei calada, fiquei sozinha, fiquei parada
Abri meus olhos e conclui:
-Sim, eu sou feliz!

Carolina Morais

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Feliz Páscoa com muita serenidade, coragem e sabedoria

A todos vocês desejo uma páscoa de muita paz!
Páscoa significa nascer novamente. Essa é uma oportunidade para deixarmos de lado o passado que acaba corroendo nosso presente e fazer do futuro um momento melhor.
Nossas vidas são feitas de momentos, pequenos, curtos, às vezes nem temos a ideia da grandeza de um momento vivido em míseros 5 segundos. O tempo passa e a gente insiste em ficar no passado.

A páscoa, para mim, significa recomeçar tudo que o ano novo deixou pendente. Estamos ainda no início no ano. Cada dia é um marco no início de nossas vidas. Então, porque se lamentar e pensar que os obstáculos nunca irão ser derrubados ou ultrapassados por nós?
De tudo o que desejo nessa páscoa para todos e para mim, o desejo maior mesmo é serenidade. Por isso, achei interessante postar aqui a oração da serenidade. Tento rezá-la sempre que possível. Já faz parte de quem sou hoje e de quem desejo ser amanhã.


Oração da Serenidade
    Concede-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar;
    Coragem para modificar as que posso e sabedoria para distinguir a diferença. Vivendo um dia de cada vez;
    Desfrutando um momento de cada vez;
    Aceitando as dificuldades como um caminho para alcançar a paz;
    Aceitando, como Ele fez, o mundo pecador tal como é, e não como gostaria que fosse; Confiando que Deus fará bem todas as coisas se eu me render à Sua vontade;
    Para que eu possa ser moderadamente feliz nesta vida e supremamente feliz com Ele para sempre na próxima. 
    Amém.

Carolina Morais

terça-feira, 19 de abril de 2011

Sapatos Vermelhos [II]

A noite parecia existir sem muito sentido. A moça caminhava por entre ruas de calçamento cheias de lama. Não havia em si o medo de sujar os sapatos. Não se sentia suja ou amarga. Sentia-se anestesiada pela brisa mansa vinda do mar logo ali. Parou, tomou uma cerveja quente e cuspiu tudo de volta no copo trincado.
Jacqui Faye; All Grown Up
Pagou a conta. Não precisava. Ficou de pé a olhar estrelas que não estavam no céu. Um rapaz chega e elogia as estrelas. A moça não o entende. Não encontra estrelas. O brilho da noite começa a sumir gradativamente. Breu era a única visão da moça naquele instante eterno. O rapaz a pegou no colo. Era muito novo para entender o dissabor etéreo que a vida oferecia.

Carolina Desmondier

domingo, 17 de abril de 2011

Sapatos Vermelhos

Jacqui Faye. Red Shoe Dailies
acrylic on canvas panel; 7 in X 5 in (17.8 cm X 12.7 cm)
A moça chegou em casa cansada daquela clínica cheirando a éter.
O mundo parecia girar junto com cada ave que passeava do outro lado da janela ainda suja de lama e gotas gordas da chuva. Na noite passada o céu parecera cuspir litros de água radioativa em seu telhado.
Ela decidiu que iria começar a viver. Que o tempo não mais esperaria que as feridas abertas fossem cicatrizadas. Era ela, então, dona e senhora de seu destino, fosse ele doce ou amargo. Vestiu um vestido preto e soltou seus longos cabelos que caíam pesados sobres os ombros e braços e cotovelos cansados da jovem sonhadora. Calçou seus sapatos vermelhos e sentiu que pisava agora em um mundo só dela.

Carolina Desmondier

sábado, 16 de abril de 2011

Eu voltei!

Eu. =)
Gente, adoeci! É, que virose ruim! Daí fiquei essa semana inteira sem nem dar atenção ao blogue. Claro que vim diversas vezes para ler os doces comentários de vocês, e também visitei vários blogues que sigo, mas acabei não comentando nada.
Foi um lenga-lenga. Uma virose tão ruim que parecia dengue. Mas não é! Fiz o exame ontem. Ainda não levei ao médico. Não sou médica, mas vi a taxa de plaquetas.Tudo normal. Então não é dengue!(ufaaa)
Então, como já estou melhorando aos pouquinhos....volto também aos pouquinhos. Por conta da danada da doença tive de parar por quase quatro dias. Nossa. O que foi isso?! Eu pude olhar para mim mesma e ver como a minha vida é corrida. Como eu faço coisa demais e o quanto eu amo tudo o que faço, pois a cada dia "perdido", de cama, eu ficava pensando como foi na faculdade, como foi lá no estágio, enfim. Já passou. =)
Espero realmente voltar à minha vida corrida na próxima semana, pois, não é pelo fato de ser corrida que não seja boa. Na verdade, se eu fosse viver devagar demais, eu, com certeza, pararia! rs

Os prêmios do concurso de poesia da sbs!
Ah! Boas novas! O meu prêmio do concurso chegou aqui em casa na tarde de ontem! Veio por sedex! Que alegria!! Foram 3 livros de poesia internacional(um em inglês e dois em espanhol) e um mp4. Fiquei tão feliz! Os livros são lindos e já estou me controlando para não ir com muita sede ao pote no livro do Neruda! rs
No mais, vou voltando e dando mais carinho e atenção à blogosfera novamente.




Um cheirinho e um polenguinho!
Carolina Morais

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sereia

Nos braços longos do mar, logo ali.
Esconderei o ventre por entre sal e algas
E que a brisa fomente marolas
E que o vento sopre forte para ondas lunares

Sou eu sozinha nessa imensidão azul
agora escura sob as nuvens doidas no firmamento
E o que me vem por dentre os dedos
são fragmentos de sonhos em ondas
E ondas que estreitam-se até o último grão de areia
Eu as quebro com pernas e pés humanos
Mesmo sabendo que dentro do mar sou menos humana
Dentro do mar sou mais sereia.

Carolina Morais

sábado, 2 de abril de 2011

Resultado do Concurso Cultural SBS: A vida com mais poesia

Olá amad@s,

É com muita alegria que venho comunicar o resultado do concurso o qual participei, promovido pela Livraria SBS...Sim, eu ganhei! =)
Agradeço a todos que leram, curtiram e votaram no meu poema.
Fiquei muito feliz, não somente pela vitória, mas por ter tantas pessoas que votaram e que, inclusive, conheci através do voto em meu poema.
Estou adicionando todos que votaram em mim e que eu não tinha adicionado no meu perfil do Facebook.

Mais sobre o  resultado do concurso aqui: http://www.sbs.com.br/hotsite/poesia2011/ganhadores.html

Obrigadissima!

Um cheirinho e um polenguinho,
Carolina Morais

quarta-feira, 23 de março de 2011

Concurso de Poesia

Amados,
estou participando de um concurso virtual de poesia, pela SBS.
Por isso, quem tem conta no facebook, peço que dê uma forcinha e vote no meu poema "Pesares".
A votação é assim ó:

Primeiro, você deve clicar em " curtir" (like) na página da SBS, essa daqui ó: http://www.facebook.com/pages/Livraria-SBS/184888111552831
Depois que você curtir a página da SBS, dá uma atualizadinha no navegador (aperta f5) e depois vai lá no meu link: http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=153610324698859&id=184888111552831 e aperta em "curtir" (ou like, para quem tem facebook em inglês).

Ganha o concurso quem tiver mais "curtir" (like). Estou na disputa, então, que tal me ajudar? De quebra, ainda adiciono você no meu facebook e nosso contato vai além do blog!

Aguardo vocês lá! E, desde já, agradeço de todo o meu coração! ;)

sábado, 19 de março de 2011

Lua de São José

A lua é enamorada dos poetas doidos
Hoje ela está assim, pertinho de mim.
Pela janela vejo um coelho que nela se esconde.
Aqui embaixo tudo é barulho.
Somos mortais que matam o firmamento.
Daí de cima a vida é mais justa.
E há, enfim, no céu, um suave respirar.


Carolina Morais
Da janela do meu quarto. Foto de arquivo pessoal. 19.03.2011; 18h40
Hoje, dia 19 de Março de 2011 vemos um espetáculo de nossas janelas: é a lua mais cheia das últimas décadas, pois é véspera de equinócio, assim, a lua fica bem pertinho da terra! Aqui no Ceará, dia 19 de Março é feriado, dia do padroeiro do Estado: São José. Dizem que, se não chover dia 19 de Março, é prenúncio da seca do sertão nordestino. Hoje ainda não choveu, mas a lua nos presenteia com tamanha inspiração.
Da janela do meu quarto. Foto de arquivo pessoal. 19.03.2011; 18h40

quinta-feira, 17 de março de 2011

Luz Crepuscular

Edgar Degas. Seated Woman Combing Her Hair
 1887-90
Se fecho os olhos, dois feixes de luz crepuscular vindouros me fazem enxergar um céu anil.
Um poço profundo, aos poucos, vai se alongando dentro do peito que hoje sangra, encapelado por estranhas memórias de outrora.
A solidão que me carrega para perto do sol que se põe no abismo deita em sua alcova agora sórdida.
A lua adormeceu nos braços do tempo
e o vento soprou um furacão mansinho bem dentro de mim.

Carolina Morais

sábado, 12 de março de 2011

Pesares

Bobbie Moline-Kramer; "Sadness/Disappointment" 
Meu coração é rei
Foi engrinaldado com uma coroa de espinhos.
Sangue e cortes adjetivam minha alma.
A tristeza sucumbe no interior de espíritos selvagens.
A depressão exala perfumes inocentes
A brisa não mais embala meus cabelos.
Morri por fora
Matei-me por dentro.

                                   Carolina Morais

quarta-feira, 9 de março de 2011

Caquinhos

photo taken by batintherain; subject to a Creative Commons license
Se nossa vida, nossos desejos e nossos sonhos não são fragmentados, então eu não sei o que são de fato.
O que é a vida sem um pouco de pedaços espalhados pelos cantos?

O mistério e a graça de tudo isso consistem em juntar caquinhos e formar novas imagens.


Carolina Morais

sexta-feira, 4 de março de 2011

Inocência

Bob Dornber,Sleeping Child.
Painting - Oil On Canvas
A menina adormeceu nos braços do tempo. O vento levou um sonho embora. A brisa vinda do oceano, prontamente trouxe outro sonho dourado. A chuva fina molhou as pálpebras rosadas daquele retrato de inocência.
A vida coloriu seus pensamentos de algodão e a infância se tranformou em um eterno cirandar.

Carolina Morais

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Águas turvas

The Death of Cleopatra by Reginald Arthur, 1892
Acabei com a vontade de buscar o que me difere dessa totalidade que me parece a mesma.
Busquei um caminho novo, acabei caindo em um poço de águas turvas.
Encontrei um arcabouço de infinitas ideias, mas não soube colocá-las no papel.
Ninguém as leriam.
As ideias moraram na cabeça da  poeta infante em busca de uma felicidade idealizada.
O ópio despertou o amor. O sonho desertou o conto e abriu seus olhos, mas não conseguiu enxergar o dia claro.

Carolina Morais

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sobre as primeiras horas do dia

     As primeiras horas da manhã são, definitivamente as mais gostosas.
É justamente entre as 4 horas da madrugada e as 6 horas da matina que sinto a melhor acomodação em minha cama. É quando meu lençol já se encontra moldado à minha posição tão variante da longa noite. É quando sinto um friozinho por fora, e um quase morno por dentro. 
Joan Miró; Gift of Mary and Leigh Block, 1988
     4h30, acordo com a bexiga cheia. Levanto e vou em direção ao banheiro. Ainda com um olho fechado e o outro semicerrado. Volto para a cama meio que sem sono, meio que com sono todo...A partir daí nasce a consciência de que vivencio aquela experiência mágica debaixo das cobertas.
     5h30, acordo novamente. Dou uma olhadela para minha janela. Vejo o céu perfeito e sua mistura inebriante de cores. O céu é rosa, laranja, amarelo e azul. Um degradé sem igual, um presente divino.É nessa hora que passarinhos cantam sua beleza por suas vozes invejáveis e suas asas contrastando com o céu multicor.
     6h30, meu despertador toca. Eu acordo e o desligo. E deito mais cinco minutos que me fazem sentir um repouso equivalente a uma hora. Abro os olhos, mas não me movo. É bom mover apenas os olhos, é como se eu esticasse tudo dentro das bolas de vidro que ficaram tanto tempo alheias à realidade a seu redor.
     7h, já devo estar pronta para sair. Não existe mais magia nem conforto. O sol aparece e queima nossos corpos.Os raios agressivos invadem minha janela e iluminam meu quarto. Nessa hora, fecho a cortina e parto para o meu dia. Minha alcova, agora, descansará de mim.

Carolina Morais

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre o perdão efetivo

Perdoar e esquecer. Perdoar é relativamente fácil. Comparado ao ato heróico de abrir uma lata de leite condensado com os dentes, perdoar é uma tarefa fácil que não requer tanto de nós mesmos.
Mas, o que é perdoar? Será que perdoar é apenas organizar umas poucas palavras e pronunciá-las diante à pessoa que te magoou ferozmente? O que seria perdoar senão falar para o outro que está tudo bem?
Daniel F. Gerhartz. Forgiveness.
(A pintura retrata Maria Madalena aos pés de Jesus)
Perdoar, muitas vezes, parece um ato que favorece apenas o pecador. O mesmo tira uma bigorna enferrujada das costas ao saber que o outro, a quem fez mal, já não se importa mais com as mágoas e chateações. As palavras proferidas, pesadas e ofensivas. Tudo pode ser apagado por um " eu te perdôo" ?
Eu digo que não. Perdoar não é dizer que perdoa. Estar perdoado não significa escutar que está perdoado. Isso não faz com que sintamos menos culpa ou o que fizemos ou o que fizeram conosco tenha simplesmente evaporado nas linhas tortas do tempo.

Um sentimento ruim pode ficar dentro de nós por muito tempo. Sempre existirão pequenos cacos cortantes que surgirão em nosso coração, fazendo aquela ferida sangrar, e abrir. Então, o perdão é assim, um remédio. Temos que cuidar da ferida diariamente, lavá-la, passar o medicamento adequado e cuidar para que não a machuquemos novamente, no mesmo lugar.

Quando crianças caímos e machucamos o joelho. Praticamente todos nós já caímos . Quase todos nós já tivemos aquela ferida no joelho. Chato e fato. Toda vez que andamos, sentamos e nos mexemos lembramos da ferida. Ao sentir a ferida, lembramos da queda. Nos arrependemos. O perdão tem que agir em nossas feridas como um curativo para feridinhas no joelho. Saiba que você não irá esquecer do que aconteceu de uma hora para a outra. Saiba que você sempre vai sentir aquela ferida, que poderá machucá-la novamente e vai ficar pensando consigo mesmo " ah, se eu fosse um pouquinho mais cuidadoso, não teria caído e ferido meu joelho". Sim, pensar como seria não adianta. Já aconteceu. Enquanto você pensa em uma forma de ter desviado daquela pedra sem perder o controle da sua bicicleta, sua feridinha fica lá, desprovida de cuidados. Então, ao menos uma vez, sonhe menos e olhe para dentro do seu coração. Perdoe verdadeiramente.

E, não se iluda, muitas pessoas te perdoam e te perdoaram mesmo sem ter dito isso a você. O perdão está dentro do que chamamos coração e não de nossas mentes, muitas vezes infectas.
Perdoe, assim, serás perdoado. Mas, só perdoe se realmente quiser curar a tua ferida.

Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. Colossenses 3.13

Carolina Morais

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Existencialismo barato

Imagem por  zimpenfish

Saí tarde de casa, embebida em preguiça, luxúria e gula.
Fui ao mercado.
O existencialismo estava lá, barato, baratinho.
Deve ter sido a crise ocorrida nos EUA, ou até mesmo a crise existencial de algum parente meu.
Já nem sei quem sou. E isso não importa.
Meu salário é pouco e posso comprar mais de um. E existir várias vezes.
Todos os dias.

Carolina Morais

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dos temperos e escritas

Fonte da imagem: www.plantasonya.com.br
Sim, estou prestes a  graduar-me em Letras e ainda guardo dentro de mim dúvidas como "a palavra Coentro escreve-se com 'o' ou com 'u' ?" Dentro dessa mente doida, guardei o Coriandrum sativum, o nome científico, que me faz ter a certeza do Coentro com "o", mas sempre tenho dúvidas que carcomem minha alma fraca. Cuentro, Coentro...
Poderia ser opcional!
De qualquer forma, não gosto deste tempero em minha comida.

Carolina Morais

domingo, 23 de janeiro de 2011

Nostalgia

Senti uma saudade do que ainda nem veio
E o disco arranhado na vitrola teimava um acorde só.

A vovó fazendo um bolo, o avental sujo de farinha
O cheirinho de fermento e ovo batido vindos da cozinha.

O cheirinho do café que nem tomo ainda
Um sentimento bom dentro do meu peito ilhado.

Uma chuva fininha caindo devagar, sem pressa
E um mormaço que, sem dúvidas, me deixará gripada.

Dalva de Oliveira tocando ao fundo
E a cadelinha, ainda filhote, discutia com gatos em muros altos.

O vovô chupando um pirulito que a netinha deu encondida
E ajeitando o jornal em camadas perfeitas.

Um corredor que traduzia intensidade
E uma saudade que bate num peito só.

Carolina Morais

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre "Sobre a Superficialidade Humana"

Querid@s,
Old Man in Sorrow (On the Threshold of Eternity), 1890, Vincent van Gogh
Nunca imaginei que uma postagem iria " render" tanto! Além dos comentários lindos de pessoas mais lindas ainda, recebi e-mails, recadinhos em redes sociais e até telefonemas!
Fiquei bastante feliz em ver o quanto essa postagem repercutiu e como fez diferença na vida de leitores. Expressei o que sentia, foi um desabafo. Foi gratificante ver que o desabafo, no final das contas não era apenas meu!

Meus amados, é assim mesmo. A gente só passa a entender o verdadeiro significado da vida após algum tempo (e eu confesso que ainda estou esperando pacientemente por esse dia, pois ainda não entendi nada sobre a danada!). Uma coisa é certa: não julgueis para não serdes julgado.  

[Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2)]

Essa tarefa é, de todo, extremamente difícil. Aprendi isso com a minha mãe e, toda vez que começo a julgar alguém, repito essa frase quase em voz alta para mim mesma e tento ficar bem calada. De todos os defeitos que vemos no outro, tenha certeza de que o pior deles está em nossos olhos, muitas vezes imundos!

Já me magoei muito por ver pessoas apontarem meus defeitos, em proporções colossais. Meus defeitos são os piores possíveis. Assim como os seus e os deles e delas. A verdade é que todos nós temos defeitos. A melhor das qualidades é saber como lidar com os defeitos que não vêm de você.

Mas, isso é tão batido.Não vale a pena escrever (ou ler) sobre defeitos. Ainda tenho muito o que aprender sobre tudo isso. Eu apenas gostaria de compartilhar minha alegria devido à repercussão da postagem.

E, um aviso: vou continuar escrevendo sobre um pouquinho de tudo, principalmente se eu quiser desabafar. Vocês são a minha melhor terapia e as pessoas mais verdadeiras. Meu diário com voz, que me responde, opina e briga quando preciso!

Um cheirinho e um polenguinho.
Carolina Morais

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cotidiano

Um dia a moça acordou cansada
A noite fora longa. O moço, sem nome, sem identidade. Os dois ali na cama.
E o vento que soprava lento parou. E o tempo que corria andou.
E o dia morreu. E o amanhã surgiu mais uma vez para a moça cansada.

Carolina Morais

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sobre a superficialidade humana

Fiz um intercâmbio. Passei 6 meses na "terra do tio Sam". Foi incrível. Conheci 5 estados, provei muitas bebidas diferentes, provei muita comida diferente (lá não tem apenas fast-food não, ein! rs), Conheci novos ares, fiz muitos amigos...

Regressei à minha terra: ao Ceará, no Brasil. Estava com saudades da minha família, do meu namorado e dos meus amigos mais queridos. Estava com saudades da comidinha daqui, e, até do "ar quente" senti saudades.

Quando voltei, foi muito bom rever a família e os amigos. Sentir o calor dos braços dos meus pais, a amizade incondicional da minha irmã, o beijo apaixonado do meu namorado e os ombros de meus sempre amigos.

Durante toda a minha vida eu enfrentei problemas com a balança. E sempre foi muito sério. Apesar de nunca ter sido "gorda", sempre muito cheinha. E demorava muito para me aceitar. Foi então que encabecei uma reeducação alimentar fabulosa, deixei de me preocupar tanto com a balança e, com 1,60 de altura e metabolismo lento, cheguei aos 53kgs. Sim, fiquei bem magra. Até demais. Acredito que isso tenha sido muito válido para o Ballet, que faço há 4 anos.

Bom, nos três/quatro primeiros meses que passei em terras norte-americanas, fiz ballet e academia. Academia todos os dias e ballet uma vez por semana. Foi tão divertido. Após algum tempo, o outono chegou, as folhas começaram a mudar de cor, eu e minha sempre amiga Camila começamos a viajar EUA afora...Bem...relaxei. Deixei de me preocupar tanto com a alimentação e com os exercícios. Se bem que a minha alimentação nunca chegaria aos pés da minha alimentação aqui no meu país: não comia fast food por lá(sim!-não gosto de hambúrguer, não tomo refrigerante e sou alérgica a maionese), mas as comidas todas possuem muitos conservantes, enfim...frutas frescas e tapioca, só aqui no nordeste, meu bem!

O esperado aconteceu. Engordei. E ganhei mais de 9kgs! Se eu era bochechudinha, imagine agora! rsrs Um ponto positivo disso é que não atingi sobrepeso e os quilinhos foram bem distribuídos pelo corpo todo (acho que as bochechinhas foram campeãs, rs).

Todos que me conhecem já sabiam da Carol gordinha. Fato. Eu até ensaiei ficar mal por conta do peso. Não consegui. O que vi e vivi por seis meses valiam até 10kg a mais na minha balança.

Hoje, algo me fez refletir muito sobre a superficialidade humana. Algo me fez refletir sobre um padrão inventado pela sociedade que, até eu mesma continuo seguindo. Um padrão que me faz dizer que estou gorda agora. Um padrão que diz que foi errado eu estar hoje com 10kgs a mais.

Chegando ao local onde trabalho, na Universidade onde estudo, fui muito bem recebida por todos os meus colegas. Principalmente meus colegas com quem trabalho há mais de 2 anos. É muito bom ser recebida de braços abertos e ver que há pessoas que torcem pelo seu sucesso. Hoje, bem hoje mesmo, fui a outro laboratório onde também trabalho e desenvolvo projetos. Encontrei uma das coordenadoras pelo corredor e recebi um abraço mais que caloroso. Recebi boas-vindas de outra colega e de um colega também.

A minha surpresa veio ao entrar na sala do projeto. Revi pessoas. Uma dessas pessoas, imediatamente olhou para mim, riu e falou, educadamente : "Posso falar algo, você não me leva a mal?" E eu, já sabendo do que se tratava ao ver a admiração desta colega, respondi: "Claro, diga." Esta colega então falou: "Tu tava amarrada lá? " Sim, no começo demorei um pouco para entender. Nunca utilizei esta expressão, mas, do jeito que a mesma me sondou "dos pés à cabeça", soube logo que se tratava da minha "engordadela". No ato já disse: "Ah, você quer dizer que eu engordei? Bom, se for isso, sim! E foram mais de 8kgs, acredita?". Minha colega aparentou um certo constrangimento. E eu sorri de orelha a orelha.

Sim, eu entendo perfeitamente o comentário dela. Não me incomodo. Porém, confesso que esperava um abraço, um caloroso "seja bem-vinda de volta", "como foi a experiência?", "o que você aprendeu por lá?". Mas, infelizmente não foi isso que escutei. Dela apenas.

Esse pequeno acontecimento reflete muito a superficialidade humana. Não que esta minha colega seja superficial. Muito pelo contrário, essa minha colega é competente e muito simpática. O que ocorre é que a sociedade incute dentro de nós um padrão que não existe. O excesso de peso ou a falta dele podem indicar um problema sério. Quando o assunto é saúde a coisa muda de figura. Para mim, a beleza sempre virá da alma da pessoa e da personalidade que ela desenha ao redor do mundo.

Tive de viver fora por seis meses para aprender isso. E hoje vejo o mundo com outros olhos: com os olhos da alma. Isso também não significa que eu me descuide de tudo. Já voltei a fazer academia, pois cuido da minha saúde e voltei a comer o que comia usualmente, antes de viajar. (E, acreditem, um quilo já se foi...deve ter sido o calor de Fortaleza! rs)

É, meus queridos leitores. Uma visão de mundo diferente não se compra. Adquire-se quando nós resolvemos olhar o mundo e as pessoas com outros olhos. Com olhos amadurecidos e embebidos...em personalidade própria.
Eu e meus "quilinhos a mais",
em Lake Tahoe-Nevada,EUA.

Carolina Morais

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Avassaladora como a noite
Ela chegou e sorriu para o tempo
A vida que corre lá fora é mais colorida
e mais viva do que aqui dentro do quarto

Carolina Morais

sábado, 1 de janeiro de 2011

Calendarístico

Se eu fizesse um balanço do meu ano passado, minha balança ficaria, sem dúvida nenhuma, desequilibrada.
Foram muitas alegrias e tristezas, mas as alegrias se sobrepõem às tristezas que senti e vivi no ano de 2010.

Na verdade, a contagem dos dias e dos anos é calendarístico (palavra que, ao pesquisar na rede após ter dúvidas se era um neologismo ou não, achei que alguém, em espanhol, já havia inventado a tal palavra). O que fazemos, então, é viver em função dos dias,das horas e de um relógio que insiste em ficar contra todos nós. Sejam pelas horas que passam se arrastando, sejam pelas horas que passam ligeiras demais.

Meu ano passado foi, de uma forma, somente meu. Eu recriei uma menina dentro de mim, e essa menina acordou de todos os seus sonhos e decidiu escrever. Acordada, viu que ainda havia sonhos azuis para sonhar, então, ela fechou os olhos e selecionou a nuvem mais alta do céu mais azul, mais aberto. Encontrou uma sereia que a guiou e que a leu. E gostou, e falou. E a sereia tomou seu coração de fada. E assim nasceu uma relação de fábulas reais. Dentro de seus sonhos, essa menina sabia atuar e dentro de si sentiu pulsar sentimentos que ela vira em um teatro da vida. De uma maneira ou de outra, a outra menina, dona de um teatro  me ensinou a ser bipolar e a ver que o mundo pode ser laranja e azul.

De tudo, essa menina dentro de mim descobriu uma amizade verdadeira, sincera e  feliz. Nunca viu seu anjinho, dono de aspas mágicas, pessoalmente. Mas sempre expressa entre aspas sentimentos verdadeiros. É amizade, é amizade.

Essa menina escreveu e leu. Pegou a cadeira e sentou. E sentiu. E ainda hoje escreve com sabores de um tal poeta.
Um Machado de Carlos apareceu. E a leu. E ela o leu. E gostou. E viu que havia um soneto para chamar de preferido. No meio de tantas Transfusões, encontrou cep. próprio e o que veio de um amizade de faculdade, fez-se também uma troca de escritos na rede.

Depois de tantos dias genéricos que se passaram como nuvens em seu relógio, a menina Desmondier criou identidade e marca. E cresceu.
Nesse caminho, novos amigos. Escritos que a encantaram. Encantaram a menina dentro de mim. Alguns Devaneios de uma moça bonita. E algum lugar ao sol, perto do vento que alegrou vários dos meus dias. Uma pérola marinha veio para o meu mar e me deu conselhos, alegrias e inspiração. E, de tanto inspirar-poesia a menina descobriu que Desmondier já é parte de sua vida. Minicontos também a fizeram despertar e fizeram com que a menina dentro de mim escrevesse mais prosa.

De tudo que já passei por aqui, no Desmondier é parte de todos os meus queridos e queridas que seguem, lêem, comentam e fazem parte da minha vida. Sem vocês a blogosfera não seria a mesma. Obrigada por me tornarem um ser adito nesse mundo e em tudo que ele envolve.

Eu não poderia ter presente melhor do que a amizade de todos os blogueiros que estão comigo desde que iniciei a caminhada e dos blogueiros que vou raptando no caminho, guardando todos em meu coração. Passo meu aniversário hoje longe da família, dos amigos e do namorado. Mas sinto vocês sempre pertinho de mim!

Um Feliz 2011!