sábado, 2 de outubro de 2010

Sublime

Wanderer above the Sea of Fog*
by Caspar David Friedrich (Germany, 1818)
Suspiro e respiro um ar de mesmice
Amo e depravo sentimentos doidos
Abro portas trancadas pelo tempo
Subo vagarosamente a escada rumo ao céu

Sou anjo novo sem voar
Flutuo no vão dos pensamentos novos
De mãos dadas com a vida vã
Vou ver o horizonte lavando o mar

Passadismos azuis
colorem minha parede de metal
O frio embarca comigo
Vamos juntos pelos campos abertos

O vento caminha ligeiro
dançamos uma valsa longa
Respiro novamente um ar frio e puro
De maresia tingida de perfume cítrico

Hoje sinto meus pés quase tocarem o chão
e cada grãozinho de areia
que banha meus dedos calejados
Lembram meu passado e meu presente
e o que serei um dia longe desse lugar imaginário.

Carolina Morais

* Esse quadro fez parte do Movimento Romântico. A pintura captura o sentimento de incerteza a respeito do futuro, mas, ao mesmo tempo a coragem de enfrentar esse futuro. É o retrato do que chamamos de "sublime". 

5 comentários:

Michele Pupo disse...

Carol

Primeiramente, agradeço a visita e as palavras de incentivo.

Quanto ao seu texto, achei sensorial. Quase é possível sentir o vento e o bater de asas. Lindo mesmo!
Bjs

s a u l o t a v e i r a disse...

Carol, concordo com a Michele. E o quadro, nossa, quanta bravura, coragem, fé.

Beijos. Lindo domingo procê.

Anônimo disse...

Poema de enlevo, de sensações, de qualidade, e muita!

Adorei!

Beijo.

Maria Rita disse...

E mesmo com os pés cansados, caminhamos rumo ao certo incerto de uma vida contínua.

Lindo!

Muita Luz pra Ti

Unknown disse...

Carol
vc é tão inusitada, que é uma anja que não voa....
Maravilhosa, cheia de ideias que enchem meu coração de esperança.

Que lugar lindo a tua pessoa.